Uma Entrevista Com o Irmão Branham
Essa
é a transcrição de uma entrevista concedida pelo irmão Branham à Revista Jornal
da Fé, de Greenville, Carolina do Sul, e que foi publicada na sua edição do mês
de agosto de 1956.
Capa de agosto de 1956 da edição do Jornal da Fé,
Volume II, Nº.12
Irmão
Bigby: Irmão Branham, quais são os seus
planos para o restante de 1956?
Irmão
Branham: Bem, eu estou
planejando assistir a Convenção dos Homens de Negócios do Evangelho Completo em
Minneapolis, Minnesota, de 23 a 27 junho. De lá, eu irei para o Canadá com uma
mensagem do Senhor para uma pessoa. Foi dito a esta pessoa há alguns anos atrás
que ela teria um filho. Ela não teve nenhum filho durante toda a sua vida. Ela
agora está com 53 anos de idade e ela está tendo um bebê no próximo mês. Eu
tenho uma palavra para mostrar a ela sobre quão perfeita é a Palavra do Senhor,
e de como que quando Ele fala, nós podemos esperar que ela se cumpra. De lá, eu
irei para a Califórnia, e a única reunião planejada que eu tenho é a Reunião da
Rua Azusa, na segunda semana de setembro.
Irmão
Bigby: Você está ocupado pregando em avivamentos
sobre a terra. Eu estou certo de que você crê que há um “mover de Deus” agora.
Isso está correto?
Irmão
Branham: Sim, isso está correto.
Irmão
Bigby: Que rumo você acha que as
organizações pentecostais estabelecidas terão de agora em diante, no que diz
respeito ao “Mover do Espírito de Deus” que está agora na terra?
“Creio que
muitos que não entendem isso estarão em oposição a ela. Isto foi uma verdade em
todos os avivamentos no passado”.
Irmão
Branham: Creio que muitos que não
entendem isso estarão em oposição a ela. Isto foi uma verdade em todos os
avivamentos no passado. Creio que em breve haverá uma divisão. Haverá os
fundamentos estabelecidos, que definirão o seu rumo diretamente à Bíblia e que recusarão
a se desviar dela. Em minha opinião, eles serão o melhor dos melhores. Quando
chegar a hora da separação, o incontrolável fogo do fanatismo e os grupos
superaquecidos talvez irão partir para todos os tipos de erros e ensinamentos inescriturísticos,
e trarão desgraça para todo o mover do avivamento e fará mal à causa. Mas eu
creio que a verdadeira igreja se moverá diretamente por tudo isso. O diabo tem,
no passado, e continuará, no futuro, a impedir a obra de Deus, levando o homem
ao erro.
Irmão
Bigby: Você acha que o “mover da
libertação” atual será aceito pelos líderes denominacionais mais antigos?
Irmão
Branham: Creio que quando resultados
reais, apoiados pelos ensinamentos fundamentais da Bíblia, forem produzidos,
qualquer pessoa de coração aberto irá recebê-lo.
Irmão
Bigby: O que você recomendaria uma
igreja fazer que esteja desejosa em continuar no “mover de Deus”, ainda que
esteja arregimentada contra isso?
“Eu aconselharia
as igrejas a sempre seguir a Cristo e suas convicções”.
Irmão
Branham: Eu aconselharia as igrejas a
sempre seguir a Cristo e suas convicções.
Irmão
Bigby: Que medidas você acha que serão
tomadas pelas autoridades legais para dificultar campanhas de cura?
Irmão
Branham: Creio que chegará o dia em que
a pregação da cura divina e da obra do Espírito Santo será legalmente atacada,
como foi o irmão Jack Coe, recentemente em Miami. Sem dúvida haverá algum tipo
de emenda aprovada para interromper isso. Estes ataques serão dirigidos contra o
“mover de Deus”, e provavelmente haverá um esforço para forçar o interdenominacionalismo
nas denominações. Em minha opinião, isso tudo conduzirá à marca da besta.
Irmão
Bigby: Você acha que o “mover de Deus”,
e queremos dizer deste avivamento atual, poderia se tornar na deserção de
alguns homens?
Irmão
Branham: Sim, eu acho. Deus está
tentando trabalhar com o Seu povo, porém Ele não consegue firmá-los por tempo
suficiente para trabalhar com eles. Por exemplo, há alguns anos atrás, havia um
menino que começou a ter avivamentos com o nome de “Pequeno David”. Embora eu
já tivesse sido contrário a crianças evangelizar para Cristo, eu tive um apreço
por este jovem companheiro. Ele não era uma “História de Natal”. Ele era um
ministro de verdade, chamado e ungido por Deus para pregar a mensagem. Eu
comecei a discursar para ele, assim que eu o ouvi. Este pequeno companheiro fez
maravilhas por um tempo, porém vários grupos começaram a se dividir por ele, e
então, cada grupo teve que conseguir um “Pequeno David” para eles. Se todo o
movimento pentecostal tivesse se agrupado em torno do rapaz como um grupo de
pais, e tivesse lhe ajudado no campo em que o seu ministério realmente estava,
ele teria ganho milhares de jovens para Cristo. Mas quando cada grupo tentou conseguir
um “Pequeno David” para si, o diabo teve a chance de trabalhar.
Mas eu não condeno esses homens que desertaram; eu tento
ajudá-los. Lembre-se sempre que quando as crianças ficam com fome o suficiente,
elas comerão de uma lata de lixo. Isso é o que dá início a tantas seitas.
Muitas vezes as pessoas estão famintas pelo Pão da Vida porque os ministros não
conseguem dar a elas. As pessoas estão famintas pelo verdadeiro Pão. Quando elas
não o recebem, elas entram no erro enquanto buscam por ele. Recentemente, um
irmão presbiteriano da Costa Oeste, disse-me: “Nós presbiterianos já tivemos as
maiores igrejas na Costa Oeste, mas a Ciência Cristã entrou e quebrou nossas
igrejas”. Eu pensei que estava perto o meu tempo de falar, então eu disse: “Meu
bom senhor, se vocês presbiterianos tivessem dado ao seu povo a comida pela
qual suas almas famintas estavam buscando, a Ciência Cristã nunca teria sido
capaz de tocá-las”. Então, eu acho que muitos desses desertores são simplesmente
crianças com fome, à procura por pão.
Irmão
Bigby: Você planeja ter a sua própria revista
em algum momento em um futuro próximo?
Irmão
Branham: Irmão Bigby, eu não estou certo
sobre isso. Como você sabe, eu comecei um jornal uma vez, A Voz da Cura. Para
lhe dar uma resposta rápida, eu diria: não. Muitas pessoas estão
tentando me levar para começar o meu próprio jornal, e etc., mas eu mesmo não
sou muito de um empresário. Sou uma pessoa sem instrução, e eu não poderia
editar um jornal, e eu teria que arranjar alguém para fazer isso. Eu não estou
interessado em tentar fazer demasiadas coisas ao mesmo tempo, porque eu sou
grato de que eu tenha bom senso suficiente para saber o limite de minhas
capacidades. Na verdade, eu não sou capaz de editar e publicar um jornal.
Tenho tentado manter o meu ministério pequeno, para que eu pudesse entrar em
lugares onde outros irmãos, sujeitos à sua grande estrutura financeira, não
poderiam entrar. Eu sempre tentei ir ao “homenzinho” e ajudá-lo.
“Muitas pessoas
estão tentando me levar para começar o meu próprio jornal... mas sou grato de
que eu tenha bom senso suficiente para saber o limite de minhas capacidades”.
Irmão
Bigby: Em que tipo de estrutura local
você acha que uma igreja floresce melhor no “mover de Deus”?
Irmão
Branham: Na soberania local. A
soberania da igreja local é muito apostólica para mim. Cada igreja
deve ser soberana em si. Ela não deve ter laços que lhe dissesse para qual caminho
se mover. Essa é uma razão do porque eu fui um batista, por causa da soberania
da igreja local, e eu acho que é muito bem sucedido, e muito bom, especialmente
agora.
“A soberania da
igreja local é muito apostólica para mim”.
Irmão
Bigby: Irmão Branham, você está
procurando por mais resultados neste grande avivamento antes de Jesus voltar?
Você acha que haverá mais revelações sobrenaturais, ou você acha que isso que está
acontecendo agora, e que produziu um despertar mundial continuará a se alargar
até que produza melhores resultados, ou que haverá algo novo?
Irmão
Branham: Eu acho que o que temos agora
(e biblicamente falando, como eu tento abordar tudo tão biblicamente quanto
possível), se você se lembrar em Mateus 10, onde o Senhor deu o Seu poder aos discípulos
para curar os enfermos e expulsar demônios, ressuscitar os mortos e limpar os
leprosos, nós os encontramos miseravelmente derrotados em um caso, alguns dias
mais tarde, por causa do menino epiléptico. Então eles perguntaram a
Jesus: “Por que não pudemos fazer isso?” Eles tinham o poder de fazê-lo, mas
Jesus disse a eles, com sinceridade, de que eles não puderam fazê-lo por causa
de sua incredulidade.
Eu acho que quando Deus separa a igreja e traz os
verdadeiros dotados (agora, precisamos ser honestos com nós mesmos, uma vez que
você sabe que há muita personificação dos dons espirituais, o qual tem causado um
monte de problemas) ministros juntos, haverá mais milagres. E quando as obras
questionáveis são manifestadas assim como as de Janes e Jambres, e eu não estou
condenando essas pessoas, eu só estou dizendo que elas são apenas crianças
famintas, tentando fazer algo que elas não foram comissionadas a fazer. Eles estão
tão ansiosos para fazer isso e tão zelosos de trabalhar para Deus, que eles possuem
uma sensação para fazer ao invés de uma revelação ou uma comissão direta de
Deus para fazê-lo. E o seu ministério tem falhado de modo que isso tem causado fanatismo.
O seu ministério falhou na medida em que ocasionou no fanatismo a ser
produzido. E um ponto de vista mundano para isso.
Irmão
Bigby: Você acha que o “movimento dos
dons”, tal como o conhecemos, está voltando em harmonia com as Escrituras?
Irmão
Branham: Eu vejo tantos profetizando
sobre as pessoas e dizendo que elas possuem dons, e nós verificamos que isso simplesmente
não funciona dessa maneira, nunca funcionou e nunca irá funcionar. O indivíduo
sabe em seu coração o que eles estão a fazer. Creio que são tantas vezes em
nossas profecias que eles dirão às crianças com fome no coração: “Oh, você tem
um dom disso e daquilo, e você deve ser isto, aquilo, e aquilo outro, não é
mesmo?” Por certo, essa é a fome de cada cristão, de se fazer algo para Deus.
Mas Deus é o que dá a conhecer este dom.
Eu creio que chegou a hora, ou em breve virá,
quando Deus vindicará os Seus dons. Como em Hebreus 11:4 onde Deus diz: “Dando Deus
testemunho dos Seus dons”. Certamente que Deus tem estes dons, e eles estão
vivos na igreja hoje, porém nós temos personificações carnais, e temos muitos
que tentam se sentir assim e que tentam fazer algum dom de Deus operar. Isso
opera soberanamente em si mesmo, veja. Não é o que você quer que isso faça; é o
que Deus faz com isso. Por exemplo, na plataforma e nas reuniões, eu tenho
orado muitas vezes por Deus para me mostrar alguma coisa, até mesmo coisas que
eu preciso para mim. Eu não posso fazer isso operar. Não sou eu que opero o
dom, é o dom que opera em mim.
“Não sou eu que opero
o dom, é o dom que opera em mim”.
“A maior
necessidade é de um encontro de ministros com o ensino sobre como que estes
dons vêm e como que eles operam”.
Alguns irmãos têm ido um pouco para o fundo do
poço. Mas eu creio que o que a igreja precisa hoje é de um encontro de
ministros em amor fraternal e do dom de ensino sobre como que estes dons vêm e
como que eles operam soberanamente na igreja. Creio que essa é a coisa mais necessária.
Mas cada denominação tem suas próprias ideias, e eles têm traçado muros de
segregação, e os irmãos parecem que não podem ficar juntos, e alguns deles são
indiferentes. Claro, percebemos que eles são indiferentes, e eles acham que
estão certos, independentemente do que alguém diga. Para mim, essa é uma prova muito
boa de que há algo de errado. Quando não estamos dispostos a vir e sentar e arrazoar.
Irmão
Bigby: Então você crê que há uma
restrição no mover do Espírito de Deus hoje.
Irmão
Branham: Sim.
Irmão
Bigby: Você acha que os membros de
outras igrejas que Deus tem enchido com o Espírito e conduzido para o mover de
Deus devem permanecer em suas igrejas e produzir testemunho para eles?
Irmão
Branham: Eu acho que cada indivíduo, que
sente a sua própria direção após ter nascido do Espírito de Deus, deve ser
guiado pelo Espírito de Deus no que fazer. Eu acho que seria uma grande coisa aí,
se um companheiro se sentisse tão guiado a permanecer em sua denominação para
dar testemunho da luz, e depois, se ele sente que ele deveria sair de tal meio,
então deixe-o seguir o caminho que o Espírito Santo o conduziria.
Um momento alegre durante a entrevista
Irmão
Bigby: Muito obrigado, irmão Branham.
Agradecemos a você por tomar este tempo conosco, para que os leitores do Jornal
da Fé possam conhecer os seus pontos de vista sobre estas questões.
Tradução:
Diógenes Dornelles
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